O presidente Michel Temer tem à sua frente a lei que concedeu aumento superior a 16% nos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal após a aprovação na Câmara dos Deputados e no Senado. A tarefa dele é vetar a lei ou sancioná-la.
No Supremo, após a péssima repercussão do aumento salarial , com reprovação maciça e imediata da população, os ministros sinalizaram com uma compensação: a proibição legal do auxílio-moradia – a malandragem legal usada para aumentar indevidamente os salários que estavam congelados.
E aí é que surgiu o impasse que mostra a desmoralização total que se abateu sobre esta República. Temer diz que só vai sancionar a lei do aumento salarial após o Supremo derrubar o tal auxílio-moradia. Já o Supremo afirma que só aprova o fim do benefício-malandragem se a lei foi sancionada pelo presidente.
Em outras palavras, o Supremo acha que a palavra do presidente não vale coisa alguma, e o presidente da crédito idêntico ao compromisso dos ministros da mais alta corte da República. Bons tempos em que palavra de honra tinha significado no Brasil…